Além de melhorarem a digestão, elas protegem o organismo
contra alguns tipos de câncer e fazem seu corpo queimar gordura, reduzindo os
níveis de colesterol, porém, quando consumida em excesso, podem comprometer a
saúde do aparelho digestivo.
"A pimenta tem muitas vitaminas e antioxidantes
importantes para o organismo, mas quem tem problemas de gastrite ou úlcera deve
tomar cuidado ao consumi-la, pois, uma pequena dose da fruta pode irritar ainda
mais as paredes do estômago ou intensificar os sintomas da hemorroida",
explica a nutricionista da Unifesp Carla Fiorillo.
Vitaminas A e C na medida certa Segundo o médico homeopata
Marcio Bontempo, autor do livro Pimenta e seus Benefícios à Saúde, além de ter
princípios ativos como capsaicina e piperina, a fruta é muito rica em vitaminas
A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio.
Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e
bioflavonoides, pigmentos vegetais que previnem o câncer.
Graças a essas vantagens, a fruta já está classificada como
alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui
componentes que promovem e preservam a saúde.
Queima gordura?
Um estudo realizado por cientistas do Centro de Ciências
Alimentícias de Wageningen, na Holanda, revelou que a capsaicina (responsável
pelo ardor da pimenta) seria bastante eficaz no processo de emagrecimento
porque formaria uma espécie de bolsão energético durante as refeições, onde
parte da energia ingerida ficaria armazenada para ser gasta mais tarde, assim o
corpo, abastecido, não sentiria fome.
"Para quebrar os nutrientes da comida e absorvê-los,
nosso aparelho digestivo gasta muito combustível. A capsaicina faz com que ele,
nas horas de serviço pesado, se abasteça e forme depósitos gordurosos. Depois,
vai dosando o fornecimento de energia de modo a deixar o corpo saciado por mais
tempo. Tal processo exige grande gasto calórico do organismo, que eleva sua
temperatura para realizá-lo, daí o emagrecimento", explica Marcio
Bontempo.
Já para a nutricionista da Unifesp, Carla Fiorillo, a
pimenta possuir tais propriedades, porém, todos os estudos que indicam para
estes resultados revelam o uso de uma dose bastante elevada de pimenta no
cardápio dos pacientes, o que demonstra que a eficiência da fruta no
emagrecimento está diretamente ligada a quantidade consumida: "quando se
fala em benefícios ou malefícios da pimenta para o organismo, deve-se levar em
consideração a quantidade ingerida. Embora não haja uma dose diária
recomendada, sabemos que os efeitos da fruta só ocorrem quando ela é ingerida
em grandes quantidades, por isso, é preciso ter cautela para não achar que uma
pimenta por dia resolve todos os problemas", explica.
Colesterol zero
Como a capsaicina ajuda a queimar gordura do corpo, diminui
os níveis de colesterol ruim (LDL) do sangue e evita o acúmulo de gordura na
parede das artérias, protegendo o organismo das doenças cardiovasculares.
Uma pesquisa da Faculdade de Nutrição da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com ratos, comprovou que a pimenta
diminui mesmo o risco de doenças cardiovasculares, maior causa de mortes no
Brasil.
Por duas semanas, um grupo de cobaias recebeu, todos os
dias, uma pequena dose de extrato de pimenta dedo-de-moça, a mais consumida no
país para efeito de teste.
No fim do período, os cientistas compararam o sangue dos
ratos que consumiram a pimenta com o do grupo que não a consumiu e os
resultados foram impressionantes: houve redução de até 45% do colesterol total
dos ratos que consumiram a fruta. "Ainda falta determinar quanto é
necessário consumir para que a pimenta traga todos esses benefícios. O que se
sabe é que o brasileiro a come muito pouco. Na Tailândia, por exemplo, ela é a
estrela das receitas simples e sofisticadas. Lá, o consumo chega a dez gramas
por dia. No Brasil, não passa de meio grama por pessoa", explica Márcia
Keller Alves, nutricionista que fez parte da equipe de pesquisa.
Quanto mais ardida melhor
A capsaicina é o princípio ativo responsável pelo ardor que
sentimos quando comemos a pimenta.
Além de conter antioxidantes poderosos na ação contra os
radicais livres, ela eleva a temperatura do corpo auxiliando na redução do colesterol
e na queima de gordura: "esta substância eleva a temperatura do corpo
acelerando o metabolismo e a quebra de gordura, por isso auxilia no
emagrecimento, porém, para se obter resultados expressivos é preciso ingerir
grande quantidade da fruta, senão não funciona", explica Carla Fiorillo.
Como o ardor da pimenta é causado pela presença da
capsaicina, substância responsável pelos efeitos antioxidantes da fruta, quanto
mais ardida ela for, mais capsaicina tem e maior sua ação curativa no
organismo: "sabe a velha historia de que os melhores remédios são os mais
amargos? No caso da pimenta a gente pode adaptar o amargo para o ardido. Quanto
mais ardida ela for, maior sua ação", explica a nutricionista da Unifesp.
Cuidado, pode causar úlcera
Se por um lado a pimenta traz muitos benefícios para a saúde
e ajuda a ficar em dia com a balança, por outro, pode se transformar em um
veneno para quem tem problemas de gastrite ou úlcera.
A nutricionista Carla Fiorillo explica que a pimenta irrita
as paredes do estômago fazendo com que ele produza mais ácido do que o normal
para neutralizar a ação da capsaicina, mas que apenas a longo prazo e em
grandes quantidades sua ingestão provocaria lesões graves no estômago:
"seria preciso consumir muita pimenta e durante anos para desenvolver o
problema.
O mais comum é que pessoas que já tenham gastrite ou úlcera
piorem com a ingestão da fruta, mas não dá para dizer que consumir pimenta
causa úlcera", explica.
Fonte: Portal Unifesp
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