A Cristiane A. Fetter, do TÔ DOIDA que mora no estado de New Jersey (USA) fez este post no O Futuro do Presente , achei muito interessante reproduzi-lo aqui.
Obrigada pelas dicas Cris.
Os mercados na área onde moro, e acredito que toda a rede trabalhe assim, tem um sistema de recolhimento de sacolas plásticas muito interessante. Eles sempre colocam na entrada de suas lojas, de forma bem visível, caixas especiais onde o consumidor pode deixar as sacolas plásticas de compras que levou para casa.
Estas sacolas vão para reciclagem e voltam para as lojas. Eles não cobram nada por elas mas disponibilizam esta prestação de serviço que além de ajudar ao cliente minoriza a poluição ambiental.
Os mercados também te dão a opção de levar suas compras em bolsas de papel. Sabe os filmes americanos que a gente sempre vê as pessoas chegando em casa com as compras em grandes sacos de papel, pois é isto é verdade não é holywood.
Como consumidor você escolhe a que mais lhe convém e nas duas você está de alguma forma contribuindo para diminuir a poluição, pelo menos na área em que você vive. Mesmo que o consumidor não tenha esta visão de não poluição ele acaba contribuindo para isto de forma compulsiva.
As lojas e principalmente os supermercados também tem uma terceira opção: você compra uma sacola de material reciclado pelo valor de +/- 1 dólar, que em reais hoje (maio/2007) está valendo +/- R$ 2,04.
Ela é reforçada e costuma ter um bom tamanho e acima de tudo alivia a conciência. Não é charmosa mas tem estilo, o estilo de não prejudicar, não poluir, de não matar.
Não seria interessante termos este tipo de trabalho no Brasil? em vez de vermos os sacos boiando nos rios, ou entupindo a rede pluvial das ruas, causando mais transtornos, veríamos um trabalho ambiental muito interessante, podemos até dizer de peso. Carregar o peso das compras em sacolas recicláveis, e tirar o peso do planeta em atendar as nossas infindáveis necessidades.
No Brasil eu sempre comprava sacos reciclados no supermercado Mundial, só não consigo lembrar o nome da marca, não que em outros mercados não existam, mas só lá eu encontrei um que era resistente, não rasgava a toa e aguentava o peso a que ele se destinava, além de ter um custo bem reduzido em relação a produto novo.
Para mim este é o grande problema deste tipo de sacola ou saco de lixo ou o que seja. Não tem qualidade. O fato de ser feito com material reciclado não quer dizer que ela deva ser baixa. As empresas visando um grande lucro fazem o produto de maneira deplorável.
Muita gente já houviu falar de um lugar chamado Jardim Gramacho em Duque de Caxias no Rio de Janeiro, é neste lugar que fica o famoso lixão que está sempre aparecendo nos telejornais.
É onde muita gente sobrevive catando lixo e até comida. O que quase nunca ou nunca se menciona é que nesta mesma área funcionam inúmeras fábricas de reciclagem de material e principalmente as que confeccionam sacolas de lixo residencial. Traz trabalho, traz dignidade, traz renda, traz progresso para a área e claro ajuda o planeta.
Não podemos deixar de mencionar que o Brasil tem um trabalho bem intenso de reciclagem, sem esquecer também de empresas que se preocupam em ter em seu portfólio produtos que não agridam a natureza ou serviços para isto (a Natura é um bom exemplo).
O que quero salientar é que na área em que moro as suas opções ficam bem visíveis. Nos EUA tudo é movido a consumo, se você não compra, você não existe, mas em compensação você escolhe. Há que se ter este tipo de mentalidade em lojas tupiniquins. Este tipo de produto/serviço não é consumido como biscoito, ele é consumido pela consciência. E pelo que eu saiba eu nunca vi uma andando pelas ruas e pedindo as coisas. É preciso mostrar que todos estão engajados neste propósito (quem produz, quem vende, quem compra).
É uma luta árdua, é cansativa, chega até ser chata, mas é um investimento de longo prazo na bolsa de valores da nossa vida, ou seria a sacola?
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